Os números oficiais sobre crimes de estupros no Brasil são inquietantes, pelo menos para mim.
Em 2018, o país testemunhou uma média estarrecedora de 4 meninas de até 13 anos estupradas por hora, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019.
Na edição de 2020, constatou-se que mais de 60% das vítimas tinham até 13 anos. “Sem dúvida, os crim.es se.xua.is no Brasil dizem respeito, majoritariamente, a um problema da infância.”
Meninos também sofrem esse tipo de violência, mas com menor incidência. Do total de vítimas de 0 a 19 anos, 85% são do sexo feminino e 15% masculino. Entre eles, 66% tinham entre 0 e 9 anos.
Outro dado revoltante é que: “Quanto mais nova a criança, maiores são as chances de elas serem estupradas nas suas próprias residências.” (Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2020)
É consensual entre profissionais que os números oficiais são subnotificados e que a realidade é bem pior do que se imagina. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima que existam cerca de 822 mil casos de estupro a cada ano, sendo portanto dois por minuto.
O caminho para mudar essa triste realidade passa pela PREVENÇÃO, por meio da educação sexual e emocional de meninos e meninas, mas isso é assunto para outra publicação.
Dra. Karen Michel Esber