O setembro é amarelo, mas a prevenção ao suicídio é de janeiro a janeiro
Assunto: atendimento psicológico, prevenção, proteção, psicóloga, psicologia, psicologia clinica, psicoterapia, suicídio, terapia
Data: 23/06/2021

Já atuei como psicóloga com vários pacientes que queriam tirar suas próprias vidas, que haviam pensado nisso em algum momento de suas histórias ou que tinham feito esta tentativa. O suicida vive uma ambivalência de emoções, e oscila entre querer e não querer morrer. Quer acabar com a dor, mas não necessariamente com a vida. Importante dizer que o suicídio não é fraqueza e nem coragem, mas sim desespero, falta de esperança, vulnerabilidade e desarmonia da mente e das emoções.

Tanto os fatores de risco quanto os de proteção devem ser minuciosamente avaliados por psicólogas(os) que atendem estes pacientes. A psicoterapia precisa permitir falar sobre os excessos da vida e sobre as pressões do mundo, em um espaço onde a escuta é qualificada, ativa, cuidadosa, atenta e empática. A psicóloga levará seu paciente a fazer reflexões sobre o sentido da vida e do viver, alcançando isso com as conexões intrapessoais, analisando emoções, sentimentos, sonhos, desejos, medos e angústias. 

Importante dizer para as(os) psicólogas(os) que a quebra do sigilo é uma possibilidade de ação para estes casos, conforme Nota Técnica CRP09-002/2019, disponível no site oficial do Conselho Regional de Psicologia de Goiás. Para quem não a conhece, sugiro a leitura.

A psicologia pode também atuar na prevenção ao suicídio por meio da conscientização pública em escolas, mídias e instituições, bem como da adesão à campanhas como o Setembro Amarelo, mas entendendo que o cuidado à saúde mental deve ser feito de janeiro a janeiro. Faz parte da prevenção a ideia de que a vida é cheia de altos e baixos e que a saúde mental é uma construção de equilíbrio entre estes momentos de amor e dor.

 

Dra. Karen Michel Esber

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