A sexualidade pode trazer grande satisfação para algumas pessoas e muito sofrimento para outras. É uma das áreas mais íntimas de nossas vidas e um tema bastante contraditório. Ao mesmo tempo em que vivemos em uma sociedade na qual se fala, faz e expõe a sexualidade nas nossas conversas do dia a dia, em nossa intimidade existem silêncios, vergonha, culpa, constrangimento, ansiedade, medo e preconceitos. Tais sentimentos bloqueiam a vivência de uma sexualidade satisfatória.
A psiquiatra e sexóloga brasileira Carmita Abdo (2004) constatou que 28,5% das mulheres e 18,2% dos homens, de 7.000 brasileiros, afirmaram ter algum tipo de dificuldade com o sexo. Mas estima-se que este número pode ser ainda bem maior, pois é muito difícil determinar a exata incidência e prevalência dos problemas sexuais na população (CAVALCANTI e CAVALCANTI, 2006). Muitos temas ainda são tabus, tais como a homossexualidade, a violência sexual, a disfunção erétil, anorgasmia e outros.
Em minha prática de 20 anos como psicóloga clínica e terapeuta sexual, posso constatar que, entre as mulheres, são comuns a falta de prazer sexual, o desejo sexual hipoativo (pouco desejo sexual) e a anorgasmia (ausência de orgasmo), dentre outros. Já entre os homens, a ejaculação precoce é o problema mais frequente. Ela é fruto da ansiedade, insegurança quanto ao próprio desempenho sexual e rebaixamento da autoestima. Recebo ainda relatos de compulsão sexual, disfunção erétil e outros.
Para o caso das pessoas que sofrem com suas sexualidades, o tratamento psicológico pode ser individual ou de casal, é relativamente simples em alguns casos e, em outros, mais complexos. Estes últimos são problemas arraigados na história de vida individual ou conjugal. As causas podem ser biológicas, emocionais, conjugais, familiares, sociais e religiosas. Busque um profissional da Psicologia que seja especializado na área e que tenha realizado no mínimo um curso de formação para o desempenho da terapia sexual.
Referências:
ABDO, Carmita. Estudo da Vida Sexual do Brasileiro. São Paulo: Bregantini, 2004.
CAVALCANTI, Ricardo; CAVALCANTI, Mabel. Tratamento Clínico das Inadequações Sexuais. São Paulo: Roca, 2006, 3ª Ed.
Dra. Karen Michel Esber
